sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O professor agora está mais ‘plurificado’

           As práticas de gestão empresarial da educação exigem que o professor assuma
a        algumas tarefas que não são diretamente relacionadas a prática pedagógica.

“Na visão corporativa da escola, a sala de aula não é mais o foco. A parte pedagógica já não pesa mais tanto. A gente é parte-professor e parte-funcionário. O professor agora está mais ‘plurificado’. Ele sai da sala, entra em contato com os pais de alunos, faz uma campanha, faz uma venda, oferece um serviço.”

Você divide a mesma visão? Então nos conte uma experiência que viveu que ilustra o que é ser um professor-funcionário!


4 comentários:

  1. “Concordo com as afirmações. Eu acho que as escolas particulares já viraram empresa. O pai, ele é o cliente. Há uma certa resistência das escolas em contrariar os pais de alunos, tanto que estes pais fazem um papel como se eles estivessem adquirindo um produto. Os papéis de professor e funcionário se misturam o tempo inteiro. Eu acho que o professor só é o professor no contato com os alunos. E depende até da faixa etária destes alunos pra ele ser visto como um professor e não somente como um funcionário de uma instituição escolar, entendeu? A criança não tem esta visão, mas o adolescente, eu acho que ele já tem esta visão assim. Professor funcionário é o que veste a camisa da empresa. E ele atribui todos aqueles ideais da empresa para a execução do trabalho dele. Ele não questiona aquelas ideias. Ele veste a camisa e ele cumpre o papel dele. O aluno é visto como um cliente e não como um aluno. Por exemplo, quando a criança não tira uma nota boa e o pai questiona uma questão, que não tem como você dar certo na questão, mas o colégio te solicita pegar aquela questão e dar um meio certo, aí eu noto que me sinto uma professora-funcionária - porque na minha visão de ser professora eu estou ali para ensinar, passar conceitos corretos, mas não apenas para cumprir uma tarefa exigida pelo colégio, como numa situação como esta, por exemplo.”

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  2. “Ser funcionária é ser professora. Bater meta não é ser professora. Fazer o melhor pela turma / aluno, sim.”

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  3. “A escolarização é um serviço, oferecidos por colégios que são empresas. Os professores são educadores e funcionários desse sistema. Me sinto funcionária quando não acredito ou não me identifico com a proposta, ou uma prática da escola. Por exemplo, as escolas estimulam a competição quando valoriza muito os resultados dos exames internos e externos. Me sinto mais funcionária e menos educadora nesse processo de divulgação, inscrição, preparação e realização desses exames. Avaliar é uma dos aspectos menos positivos na minha prática, sempre me sinto injusta em alguma medida, em alguma cobrança. Principalmente, quando ele é usado pela escola para resolver uma insatisfação da família com os resultados, e o professor se torna um meio de manobrar estes resultados, eventualmente só atender a relação cliente-empresa, família-escola.”

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  4. “Concordo com essa visão em relação ao professor "moderno" de escolas privadas! E não vejo isso como um problema quando essa visão mais mercadológica ou ‘business’ está no ambiente educacional com clareza de que os projetos pedagógicos e seus resultados são considerados juntamente com os objetivos educacionais nacionais. Além disso, uma relação de proximidade com a visão corporativa só tende a alinhar a educação ao ambiente de trabalho, afinal, o mundo futuro do educando será esse mundo corporativo! Todavia, uma vez que o ambiente escolar perde sua característica educacional, ele se torna muito ‘business’ e a relação ensino-aprendizagem fica fraca e os objetivos educacionais se perdem no processo. Vivenciei muitas situações assim quando dava aulas em escolas de idiomas e quando fui coordenador de escolas de idiomas. Os projetos eram deturpados quando os pais ameaçavam tirar os filhos devido às notas baixas. Então a coordenação e a direção apresentavam ‘ações pedagógicas’ para reparar tal problema. Só que essas ações interfeririam no trabalho; ações como aumentar nota de aluno, aceitar trabalhos fora dos prazos estipulados, ou ainda, ser um ‘show man’ para evitar que o aluno falte aulas.”

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