Como é
ser professor em uma escola-empresa? Veja uma descrição:
“Eu trabalhava em uma
escola-empresa onde você tem q fazer avaliações surpresas praticamente toda
semana. Se você não faz, ficam te cobrando por whatsapp... rolam umas ameaça veladas, sabe? Não se tem tempo pra
nada, tudo tem q colocar no sistema ... E aí, cada
semana era um monte de informação nova. A gente dependia desse site para fazer
um monte de coisas, sendo que, toda hora dava erro. As
turmas são muito cheias, pelo menos 30 alunos. Você tem que dar uma nota
qualitativa para cada aluno. Imagina, um professor com mais de 350 alunos e um
tempo de aula só, um tempo de 60 minutos, O que é contra a lei, mas eles me
forçavam a dar um tempo de 60 minutos. E eu ainda tinha que fazer as avaliação
individuais e anotar tudo: se o aluno não fazia o trabalho tinha que
anotar, se estava sem uniforme tinha que anotar (função que não é de professor,
mas são passadas para o professor!). A função de coordenador passou a ser de inspetor, porque
quem ficou nesta área tem que entrar em todos os diários de todos os
professores para ver se ele está postando tudo no sistema. Então o coordenador fiscaliza
o quê cada professor faz. E tem coordenador pirando na batatinha, que te manda
mensagens, a qualquer hora do dia ou da noite, te cobrando desesperadamente:
mais avaliações, o ritmo das avaliações está lento! Tem que dar mais
avaliações! Você avalia aluno o tempo todo, aí não deu para mim! Eles dizem que
estão preparando os alunos para o Enem. Minha ideia, é que eles não tem a menor
ideia do que estão fazendo. Era tipo chegar em casa e ter que colocar coisas no
sistema, bem complicado, muito complicado. Eu descia da sala de aula e ouvia:
você não fez, não fez, não fez! Então, tá! Arruma alguém para fazer porque eu
não vou mais fazer! Foi isso que eu disse para eles, eu não estava mais dando
conta! Não cumpri nem o aviso prévio, saí e pronto! Eu não estava feliz,
eu ia para lá chorando. Desesperada! Porque eu não via o trabalho render,
entendeu? Tive
algo como se fosse uma isquemia. E foi por causa do estresse. O trabalho
dispara as minhas crises de ansiedade. Muito
complicado, muita cobrança."
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